Quadrado mas simpático

A maior empresa automobilística da Itália, a FIAT, com base em Torino, sempre produziu automóveis em larga escala. Mas nem por isso deixou de inovar ou fazer carros muito interessantes e distintos.

Na década de 60 fez a primeira experiência com a tração dianteira no simpático Prímula da Autobianchi que era uma das empresas do grupo. Foi criado por Dante Giacosa, um engenheiro muito competente do grupo. Este senhor também foi o “pai” do Fiat Topolino, do Fiat 500 Cinquecento (abaixo) e também do Fiat Múltipla 600.

Também foi de responsabilidade de Dante o lançamento de mais um bom produto do grupo. Para substituir o modelo 1100 (abaixo), já envelhecido, foi lançado em março de 1969 o Fiat 128.

Foi  considerado por alguns como uma aventura e por outros uma ousadia pois rompia com o passado dos carros de tração traseira. Apresentado nas versões duas e quatro portas, o automóvel de dimensões compactas, agradou pelas linhas modernas. Eram retas, mas bonitas. Um carrinho muito simpático. O modelo três volumes media 3,86 metros de comprimento e tinha ótima área envidraçada. Na grade retangular de fundo preto estavam inseridos faróis circulares.  

Moderno também era o que estava debaixo do capô. O automóvel com tração dianteira tinha motos de quatro cilindros em linha, em posição transversal com comando de válvulas no cabeçote. Estreava também a correia dentada. A cilindrada era de 1.116 cm³ e a potência de 55 cavalos a 6.000 rpm. Era arrefecido á água e alimentado por um carburador de corpo simples. Sua taxa de compressão era de 8,8:1. A velocidade máxima de 135 km/h era adequada. 

Por dentro levava com conforto quatro passageiros. O quinto já ia meio apertado. O painel simples era composto de dois mostradores circulares. O da esquerda tinha velocímetro com graduação até 160 km/h. A direita trazia no mostrador três luzes espia e o marcador de nível de gasolina. O volante de desenho simples também tinha dois raios e boa empunhadura. A alavanca de marchas, com quatro velocidades, ficava no assoalho.

Um de seus concorrentes, com medidas de carroceria e motor muito similares era o francês Peugeot 204. Na mira também estavam o Renault 12, o Simca 1301, o Ford Escort MK I, o Opel Kadett, o Volkswagen 1303 S e o Morris 1100. No final do ano era lançada a perua de três portas (Giardinetta). Mantinha a mesma dimensão dos pequenos sedãs. Tinha três vidros laterais e a abertura da porta traseira era muito boa. E em 1970, um ano após seu lançamento ganhou o prêmio de carro do ano sendo eleito por jornalistas europeus. E neste ano já contava com 250.000 unidades vendidas na Europa.

Em março deste mesmo ano chegava uma versão mais apimentada. Era o 128 Rally. Externamente se diferenciava pela grade preta e a colocação de dois faróis auxiliares. Atrás recebia quatro lanternas circulares.  Na lateral do modelo com duas portas havia uma discreta faixa preta abaixo da linha das portas e o dístico Rally na beirada dos para-lamas. Tinha também para-choques diferenciados. Ganhava rodas de liga com desenho esportivo e pneus na medida 145 HR 13.

Por baixo do capô estava um motor mais potente. O propulsor de quatro cilindros passava a ter 1.290 cm³ e 67 cavalos a 6.400 rpm. Sua taxa de compressão era de 8,9:1. Sua velocidade máxima era de 152 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 14 segundos. Valente não decepcionava. Os freios dianteiros eram a disco e os traseiros a tambor.

A suspensão dianteira adotava o esquema MacPherson com amortecedores telescópicos e molas helicoidais. Recebia também barra estabilizadora. Atrás tinha feixes de molas.  Sua suspensão nas quatro rodas era independente. Como tradição da casa italiana, o carro era muito estável só saindo de frente no limite.

No Salão de Torino, em 1971, era apresentada a versão 128 Sport Cupê. Usando a plataforma do 128 comum, a FIAT fez um belo trabalho com o apoio do estúdio Bertone. O pequeno com tendências esportivas tinha uma carroceria muito bonita. Atrás tinha um discreto fastback com entradas de ar nas laterais. Media 3,81 metros e pesava 810 quilos. Na frente faróis circulares e grade retangular com frisos cromados e fundo preto para a versão 1100.

Atrás recebia lanternas com desenho vertical. Por dentro o bonito volante tinha dois raios. O painel bem equipado contava com velocímetro, conta-giros, marcador de temperatura do motor e nível de combustível. Os bancos dianteiros individuais tinham desenho esportivo. Acabamento igual recebia o console a alavanca de marchas. Atrás iam dois passageiros para pequenos percursos. Era um automóvel para um casal. O motor tinha disponível 64 cavalos a 6.000 rpm e o torque máximo de 8,4 mkgf (metro x quilograma-força) era obtido a 4.400 rpm. Era alimentado por um carburador de corpo duplo e sua velocidade máxima era de 150 km/h. Usava pneus 145 HR 13 e as rodas recebiam calotas especiais.

Com mais saúde vinha logo após o 128 Sport SL 1300. Com 1.290 cm³ e 75 cavalos a 6.600 rpm acelerava de 0 a 100 km/h em 14 segundos e chegava aos 160 km/h. O torque máximo era de 9,5 mkgf a 3.600 rpm e sua taxa de compressão era de 8,9:1. Por fora tinha quatro faróis circulares e grade cromada com 10 frisos horizontais. No para-choques, na parte de baixo, incrustados, havia mais dois faróis auxiliares de formato retangular. Recebia rodas de liga com calotas esportivas. Concorria com o Ford Capri 1600, o Toyota Celica e o Opel Kadett Rally. 

Em 1976 o 128 Sport cupê recebia a denominação 128 3P. A única alteração na carroceria era a abertura da terceira porta que era muito ampla. Todos os modelos da linha recebiam servo-freio. Os sedãs passavam a ter faróis quadrados com grade com frisos horizontais.

Para os Estados Unidos tanto o 128 comum quanto o Sport foram exportados. Este último recebia faróis retangulares e para-choques maiores. E teve como garoto propaganda o piloto ítalo-americano Mario Andretti. O sedã também recebia para-choques maiores e seus adversários lá eram o VW Rabbit (Golf), o Honda Civic CVCC e o Datsun B210. 

Na Argentina foi produzido e muito admirado. Inclusive foi produzida uma versão quatro portas da perua inexistente na Itália. Tem muitos fãs até hoje. Na Iugoslávia foi produzido até os anos 90 com o nome de Zastava 133. Mais de três milhões de unidade foram produzidas na Itália.

O modelo 128 foi a base para o revolucionário Fiat 127 que no Brasil foi o nosso 147. Praticamente tinham a mesma arquitetura de motor, suspensão e carroceria. Foi substituído avançado Fiat Ritmo.

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Em Escala

Um Fiat 128 Rallye - East African Safari na escala 1/24 foi comprado na década de 70.

Inteiro até hoje e bem detalhado. A marca da miniatura é Polistil de origem italiana. Pode-se trocar as rodas com facilidade. Pneus normais ou para neve e barro.

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Fotos Fiat

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Texto, fotos e montagem:  Francis Castaings - Fotos Fiat (Divulgação)                               

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