O Número Médio da Família
A fábrica italiana de Automóveis de Turim, nossa conhecida FIAT foi fundada em 1899 numa área de 10.000 m² e tinha cerca de 50 funcionários. Os primeiros automóveis foram o 3 ½, o 6 e o 8 HP.
Em 1965 já havia produzido mais de um milhão de veículos e tinha 120.000 empregos diretos e indiretos. Desde os primeiros anos, fazia questão de ter uma linha completa de automóveis para atender todos os gostos e classes sociais. Na segunda metade da década de 60 faziam parte os modelos pequenos 500, 600, 850, os médios compactos 1100 e 125, 1300, 1500, os grandes 1800 e o interessante cupê 2300 S cupê. Eram produzidos nos complexos de Torino e Mirafiori sendo que este último era muito mais moderno. Também havia unidades nas cidades de Marina, Nápoles, Milão, Brescia e Suzzara. Nestas unidades estavam a estamparia, fundição, montagem de carrocerias e motores, pintura e acabamento.
No princípio da década de 70 começava a renovação. Continuava o 500 (acima) e o 124, chegavam o 127 (igual ao nosso 147), o médio-pequeno 128 e também a linha dos belos e grandes sedãs e cupês 130.
Em 1972, no Salão de Genebra, na Suíça, era apresentado o novo Fiat 132. Tratava-se de um sedã de quatro portas, três volumes com 4,390 metros de comprimento. Equilibrado tinha linhas simples e bonitas. Prevalecia o bom gosto italiano. A área envidraçada boa permitia muito boa visibilidade para todos os ângulos.
Havia duas versões disponíveis: a Normal 1600 e a S 1800. Na básica a diferença externa estava na grade mais simples com frisos horizontais e fundo preto com quatro faróis circulares. Abaixo havia o para-choques com luzes de sinalização em formato retangular. As rodas em ferro recebiam pintura prata e calota de desenho bonito e simples. Atrás tinha três lanternas quadradas e a placa de licença ficava no meio.
Na versão S o conjunto óptico e grade eram contornados por um friso cromado. Também havia o mesmo enfeite no contorno dos para-lamas e na parte debaixo das portas. As rodas recebiam calotas cromadas mais trabalhadas.
Os motores eram obra da equipe do competente Aurelio Lampredi. O menos potente com 1.592 cm³, tinha quatro cilindros, em posição dianteira, era refrigerado a água, longitudinal desenvolvia a potência de 98 cavalos a 6.000 rpm. Refinado, tinha duplo comando de válvulas em V e estas no cabeçote. O torque máximo era de 13,2 mkg a 4.000 rpm. Era alimentado por um carburador Webber de corpo duplo. Fazia de 0 a 100 km/h em 12 segundos e sua velocidade final era de 165 km/h. Ótimos números para o conjunto. O tanque com capacidade para 56 litros tinha boa autonomia para um consumo médio de 12 km/l.
A caixa de quatro velocidades aproveitava muito bem a potência do motor. Sua tração era traseira e, opcionalmente, contava com cambio de cinco marchas. A alavanca, posicionada no console, em posição inclinada para trás, tinha ótima pega e condução esportiva.Além da caixa de cinco marchas, outra sofisticação para a classe a qual se destinava eram os quatros freios a disco de série. Tinham duplo circuito e servo-freio. Os pneus que equipavam ambas as versões eram na medida 175 SR 14.
Mais potente era a versão com 1.756 cm³. Desenvolvia a potência de 105 cavalos a 6.000 rpm. Sua taxa de compressão era de 8,9:1 e torque máximo era de 14,4 mkg a 4.200 rpm. Mais rápido chegava aos 100 km/h em 11 segundos e sua velocidade final era de 172 km/h. Em ambos os modelos, a performance declarada pela fábrica foi a mesma aferida em testes por revistas especializadas na época. Fato raro.
Por dentro iam com conforto cinco passageiros. Os bancos com desenho de bom gosto, tinham bom acabamento e atrás dispunha de descansa braço e apoios para cotovelos em todas as portas. O painel, na versão superior, era rico. Dispunha de manômetro de óleo, velocímetro otimista com graduação até 200 km/h, conta-giros, marcador de temperatura de água, nível de gasolina com sinalização de reserva, relógio elétrico e sete luzes espia para controles diversos. O volante dois raios tinha desenho simples.
Estável, a suspensão dianteira era independente com amortecedores telescópicos e molas helicoidais e braços oscilantes. Atrás tinha eixo rígido e também amortecedores telescópicos com molas helicoidais.
Seus concorrentes eram o Alfa Giulia, o Autobianchi A 111 e o Lancia Fulvia na Itália. No resto da Europa iria enfrentar o BMW 2002, o Audi 100 LS, o Opel Ascona, o VW K70, o Renault 16 e o Peugeot 504.
Em 1974, também em Genebra, eram apresentadas novas versões rejuvenescidas. Os vidros estavam maiores, ganhava nova grade e novo capô e a suspensão revisada estava mais confortável. Interessante, por causa de modismos de época, os pneus passaram e ter aro 13. Mas mais largos, eram 185 SR.
Três nos depois ganhava outra plástica. Estava mais moderno e bonito.
As novidades por dentro e por fora eram os novos para-choques, rodas em liga, direção assistida, vidros elétricos e novo painel.
Na versão topo de linha ganhava novo motor com 1.995 cm³ produzindo 112 cavalos a 5600 rpm e torque máximo de 16, 1 mkg.f a 3.000 rpm. Era notável a melhoria da aceleração em baixa velocidade e a final passava a ser de 178 km/h.
Numa associação da Fiat com a Renault o 132 também passava a receber motores movidos a óleo diesel. Um com 1.995 cm³ e 60 cavalos e outro com 2.445 cm³ e 72 cavalos com torque máximo de 15 mkg.f a 2. 400 rpm. A velocidade final deste era de 150 km/h. O modelo era facilmente reconhecido pelo ressalto no capô.
Em 1979 o motor 2000 recebia injeção eletrônica Bosch L-Jetronic e a potência passava a ser de 122 cavalos e o torque saltava para 17,5 mkg.f. O mesmo que equipava o Lancia Beta. A velocidade final era de 180 km/h.
Um ano depois chamava-se Argenta. A carroceria estava muito modificada, mas não causava estranheza. Tinha novos pára-lamas, nova grade e novos faróis. Continuava elegante.
Foram produzidos 678.700 exemplares do modelo 132. Seus motores ainda equiparam o Tipo, Tempra e o Lancia Dedra. Foram produzidos entre 1972 e 1981, 678.700 exemplares
Foi produzido também na Espanha com a marca Seat e tinha uma versão diesel com motor Mercedes-Benz e também na antiga Iugoslávia, marca Zastava e na Polônia sobre a marca Polski-Fiat. Um marco da casa de Torino.
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Nas Telas
No filme Big Guns, com Alain Delon, chamado aqui de Olhos Azuis e Sentença De Morte, Tony Arzenta (Alain Delon), um ex-assassino contratado, quer se aposentar. Não aceitando sua renúncia, a organização tenta liquidá-lo e, inadvertidamente, mata sua esposa e filho. Louco de raiva, Arzenta decide se vingar ... e tem cenas ótimas com o Fiat 132. Veja um trecho
Texto e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação
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