O Cavalo Brasileiro

Um compacto de sucesso da Ford que marcou Três décadas

Na TV, na época do lançamento em 1968, a publicidade o mostrava numa cena o novo carro, correndo entre um Ford Mustang e um Mercury Cougar. O Ford Corcel avançava entre os dois vigorosamente. Fazia malabarismos dignos de carro esporte. A música da trilha sonora desta propaganda era o som POP de Emersom, Lake and Palmer, grupo famoso de rock ,do disco Pictures and Exibixion.

Até o ano de 1968 a Ford do Brasil, que havia recém adquirido a Willys Overland, fabricava aqui o sedan de grande porte, o luxuoso Galaxie 500 de origem norte americana, as camionetes F100 e caminhões médios e grandes. Não tinha ainda nenhum modelo que poderia ser adquirido pelo grande público, um carro com dimensões compactas, simples, de bom desempenho, moderno e familiar. A Willys, em parceria com a Renault francesa estava desenvolvendo o projeto “M” de carro médio. Lá na França, daria origem ao também bem sucedido R12. Aqui sua carroceria era diferente, mais adequada ao gosto brasileiro. A plataforma e o conjunto mecânico foi projetado pela fábrica europeia que era líder de vendas naquele país.

Em dezembro de 1968, no VI Salão do Automóvel, como sempre sendo realizado em São Paulo, no parque de exposições do Anhembi, foi apresentado o Ford Corcel com carroceira de quatro portas.

Junto com ele também faziam sua estreia o VW 1600 sedã 4 portas, seu concorrente direto, que posteriormente seria apelidado de Zé do caixão devido a suas formas quadradas e a sua morte prematura, e o Chevrolet Opala, maior que estes e posicionado noutro segmento.

O bom desempenho nas vendas esperado do pequeno Ford confirmou. No primeiro mês de produção foram vendidos 4.500 modelos , e perto de 50 mil já em 1969. O modelo da Ford trazia inovações tecnológicas inéditas no nosso território, como circuito selado de refrigeração e coluna de direção bipartida. A carroceria tipo monobloco, e tração dianteira como nos DKW-Vemag, porém com um sistema bem mais moderno. O curso da suspensão mais longo que o R12 era mais adequado ao nosso solo. Tinha suspensão e freios que trazia segurança e estabilidade apreciadas e melhor que seus concorrentes. Suas rodas tinham aro de 13 polegadas com três furos dispostos como um triângulo equilátero.

O motor era quatro cilindros em linha longitudinal, de cinco mancais, de 1, 3 litros de deslocamento volumétrico e 68 cavalos de potência. Não era suficiente para o peso de 930 quilos do carro como que se comprovaria mais tarde. Internamente tinha acabamento simples, mas correto. O espaço interno era bom para 5 pessoas . A posição de dirigir e a visibilidade eram ótimas. O porta-malas dispunha de bom espaço para bagagens. O capô que abrigava o motor dianteiro tinha abertura de trás para frente. Isto já revelava preocupação com a segurança além de facilitar o acesso em caso de manutenções. Essas manutenções não demoraram a surgir, só que no eixo dianteiro. Problemas no alinhamento do sistema de direção que trazia um desgaste prematuro dos pneus dianteiros. Aliás, as juntas homocinéticas sempre deram algum trabalho aos donos.

Em 1970 o americano Joseph W. O`Neill assume a direção da empresa no nosso país, no lugar de Willian Max Pearce, que dera o arrancada no projeto Corcel . O novo comandante queria a solução destes problemas e rápido. Foi constatado que o problema de alinhamento da direção estava relacionado à regulagem defeituosa e complicada da suspensão dianteira.

Aconteceu então o primeiro recall no país que se tem notícia. A Ford chamou 65 mil proprietários do carro para realizar gratuitamente a troca do conjunto de peças da suspensão. Corrigido o mal, em 1971, o Corcel voltou a ser o maior sucesso de vendas da Ford brasileira. Alias, sempre foi até o final de sua produção.

Na França o Renault R12 foi lançado dois anos mais tarde, em 1970 e teria as versões quatro portas e perua (break) também de quatro portas. No Brasil, além da primeira versão de quatro portas, viria logo em seguida a cupê de enorme sucesso e a perua Belina de duas portas.

Nosso Corcel fez sucesso em todas as classes sociais. Seja como principal carro da família a Belina, segundo carro como o cupê, quatro portas para os Taxistas ou GT para os jovens adolescentes esportista.

Em 1969 era lançado o modelo cupê que agradou em cheio. O carro era realmente simpático. O entre eixos não foi alterado e o tamanho externo também não. A coluna B tinha uma ligeira inclinação, descendo suavemente até a tampa do porta-malas. Não chegava a ser um fastback. Os vidros de trás eram de correr, caia de cima para baixo. Foi o primeiro cupê brasileiro derivado de um sedan quatro portas e o segundo duas portas de série, após o Fissore da Vemag.

A incompreensível preferência nacional pelos duas portas começou com ele. As vendas subiam a cada ano de produção e em 1971 já somavam 127 mil unidades. O destaque no estilo ficaria por conta da nova grade dianteira.  Neste mesmo ano foi lançado o modelo GT, de duas portas, teto de vinil, rodas esportivas, duas faixas pretas laterais, grade dianteira e retrovisores também pretos e faróis de neblina redondos. O capô preto fosco com entradas de ar completava o modismo da época oriundos da Europa e dos EUA. Tinha carburador de duplo corpo e coletores especiais. Por dentro, no console, a instrumentação era bem completa.

O desempenho não ainda era fraco, principalmente em se tratando de um “Grã turismo”.

Um novo motor então passou a equipar o Corcel GT, o XP. A propaganda na época o identificava como “Carro de briga”. Passou a ter a cilindrada de 1,372 litros e potência de 85 cavalos. Fazia de 0 a 100 km/h em 17 segundos e a final em torno dos 145 km/h. A Ford Belina foi lançada em março de 1970 e foi projetada para ser um utilitário ou camioneta de uso misto familiar . Tinha conforto para cinco pessoas mais bagagem além de contar com bagageiro opcional . Seu desempenho era fraco mas isso nunca foi prioridade na hora da compra. Era silenciosa, boa suspensão e muito econômica.  Vendeu neste ano 7400 unidades. Dobrou este número em 1973. Até o final de sua fabricação, a Belina sempre teve uma aceitação no mercado de usados. Sempre foi bem valorizada.

Teve uma versão em 1972 luxo especial com painel lateral com adesivos imitando madeira, tipo jacarandá como dizia o anuncio e pneus faixa branca.Bem ao estilo americano.  A Belina foi sempre um carro muito confiável porque era muito durável. Durante toda sua produção mostrou ser forte e robusta atendendo muito bem seu objetivo.

Em 1972 a fábrica da Ford atingiu a histórica marca de 1 milhão de veículos fabricados no país. E a linha Corcel contribuiu muito para isso incluindo todas as suas versões. Era a gama mais completa de versões de carroceria nacional.

1973 - Em 1973 toda a linha ganhou nova grade com logotipo Ford no distintivo redondo ao centro, novo desenho do capô e pára-lamas e novas lanternas traseiras. As versões cupê e sedan e Belina passaram a ser equipadas com o motor do GT, o XP.

Este esportivo tinha duas faixas pretas paralelas no capô e nas laterais e faróis de milha de formato retangular nas extremidades da grade. Esta também tinha um desenho diferente dos demais.

1975

A Belina

Em 1975 toda a linha recebeu modificações na carroceria, frente e a traseira redesenhadas, remodelando-se também o interior.

Nesta ano, para se juntar as versões básica e luxo, foi lançada a LDO - Luxuosa Decoração Opcional. Por dentro era mais requintado, as forrações e bancos nas cores marrom e bege.

Por fora notava-se o teto de vinil, grade cromada e rodas tipo esporte, que antes só eram usadas GT. Só que estas vinham só na cor prateada.

O sedã quatro portas

O último GT

A segunda fase – O Corcel II - 1978

Em 1978 chegava as ruas o novo modelo: O Corcel II. A carroceria foi toda reestilizada. Moderna e bonita. Os faróis, seguindo uma tendência da época, eram retangulares. Lanternas traseiras também e contornavam a parte final da traseira. No modelo cupê, acabamento L, único até então, as portas eram enormes, pesadas demais. Um dos poucos defeitos reclamados pelos donos. O novo carro parecia maior mas não era. A frente longa com uma descida leve para a frente e a traseira como uma queda suave. Pode-se dizer que era um dois volumes e meio.  Por dentro os bancos, painel e volante também foram redesenhados. O freio de mão passava a ser entre os bancos, melhoria esta sentida pelos fiéis da marca. Antes ficava abaixo do painel. O desempenho infelizmente não estava muito melhor mas a segurança, a estabilidade e o nível de ruído sim.

As versões oferecidas eram o Corcel II L na versão básica, o luxuoso LDO, com interior totalmente acarpetado e painel com aplicações em madeira . O Corcel II GT se distinguia pelo volante esportivo de três raios, aro acolchoado em preto e conta-giros no painel. O motor tinha 4 cavalos a mais que não faziam a menor diferença se comparado aos outros. Contava ainda com faróis de milha e pneus radiais. As rodas eram com fundo preto e sobre aro cromado. Os pneus radiais.

A carroceria era em dois tons, separados por um filete vermelho. A parte de cima era sempre preta contrastando com a parte de baixo. Não agradou e em 1980, a parte preta só ficava na linha inferior da carroceria, abaixo do friso da porta. O filete vermelho continuava.

Em 1979 veio o esperado motor de 1,6 litros de melhor desempenho melhor. A opção 1,4 litros continuava a ser produzida para quem desejava mais economia. O desempenho do 1,4 era muito modesto e inadequado para o cupê e demonstrado também na Belina mais tarde. A velocidade máxima estava em torno dos 135 km/h e 0 a 100 km/h em torno dos 23 segundos. A de 1,6 litros chegava a máxima de 145 e atingia os 100 km/h em 17 segundos. Seus concorrentes na época eram o VW Passat e o Dodge Polara. Todos eles na categoria de veículos médios. Ambos ofereciam um desempenho melhor que o Corcel. Mas o carro da Ford era mais econômico, mais robusto, com melhor acabamento e mais confortável. Seu estilo também era mais moderno e bonito.

Em 1980, acompanhando e evolução do combustível verde no Brasil, chega a versão com motor a álcool. Falavam que era o melhor motor a álcool produzido no país. Pegava rápido, pouca vibração, não demorava a esquentar e se mantinha regulado por muito tempo.

Um pequeno logotipo nos pára-lamas dianteiro, com a inscrição Álcool em letras maiúsculas   com quatro gotas azuis em dégradé que indicavam o combustível utilizado. Seu desempenho geral era tão bom quanto o a gasolina, mas tinhas acelerações mais rápidas.

Em 1978 chega a nova Belina com a carroceria derivada do Corcel II, com dois centímetros a mais no comprimento. Tinha maior espaço interno. Era mais bonita e moderna que a antecessora. Sua única concorrente de peso no mercado nacional na época era a Caravam da GM. A Variant II não lhe fazia pressão .

O vidro lateral era enorme e por isso ela tinha ótima visibilidade. Dependendo do acabamento este vidro poderia ser fixo ou subdividido por um pequeno de correr para os passageiros que vinham atrás. Nesta opção o designer lateral era mais harmonioso. Contava com as duas motorizações só que em 1980 passou a oferecer só a de 1,6 litros que era muito mais adequada ao peso do carro.

Em março de 1980 foi lançado o modelo Hobby, mais uma opção de versão numa linha bastante diversificada. Tinha acabamento despojado com apelo jovem e esportivo. Tinha alguns acessórios do GT e era uma opção mais barata que este.

Em 1981 nascia outro novo membro de sucesso da família Ford Corcel: - O Del Rey. Especialista em carros de luxo como o Ford Galaxie/LTD/Landau a empresa de origem americana caprichou neste quesito para o novo carro. Era um sedam médio três volumes, confortável, luxuoso, bonito, que oferecia quatro portas, uma opção que faltava na nova linha II do Corcel. O desenho da carroceria agradava.

Tinha duas versões de acabamento: Ouro, mais luxuosa e prata mais simples. Os bancos tinham desenho bonito e sóbrio e o painel contava com instrumentação abundante, a mais completa nacional. Mas o fundo azul era de gosto duvidoso. Ainda como itens de conforto tinha ar condicionado, vidros elétricos e teto solar. A posição de dirigir, como sempre, era ótima, um ponto alto ao seu favor.

Como sempre não tinha pretensão esportiva. Arrancadas e desempenho esportivo não era com ele. Seu rodar era suave para viagens tranquilas. O espaço interno era muito bom e mesmo atrás acomodava bem aqueles mais altos.

Logo depois também seria lançada a versão de duas portas mas a coluna B tinha uma descida mais brusca que o Corcel II. Era um autêntico três volumes.

Em 1982, a Ford Belina movida a álcool foi apresentada e aprovada pelo consumidor brasileiro. Era tão boa quanto ao modelo a gasolina e com um diferencial importantíssimo para os veículos movidos com este combustível: - Não apresentava os problemas de corrosão comuns dos primeiros carros nacionais a álcool.

Em 1983 chega as concessionárias Del Rey Ouro movido a álcool. Uma das novidade bem vindas era a opção de transmissão automática. Tinha mecânica simples e robusta demonstrando longevidade.  Neste o modelo a reestilização da carroceria veio em 1985. O que mais se destacava era a frente, os novos para-choques e as novas lanternas. Houve melhoramentos também no motor no câmbio e na suspensão

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A picape Corcel

Seguindo os passos da Fiat, que produzia a City, a pequena picape do modelo 147, a Ford lançou, em 1982, uma camionete que obteve muito sucesso em toda sua longa carreira. Derivada do automóvel, lançou a picape Pampa nome em alusão a um cavalo que tem o corpo todo malhado.  Tinha o mesmo conforto do carro na parte da cabine mas sua caçamba era bem maior que a da concorrente. Esta picape media 4,96 metros, 50 centímetros a mais que o Corcel cupê. Devido ao sucesso, as outras montadoras trataram logo de lançar seus derivados, a VW com a Saveiro e a GM com a Chevy. Por causa do lançamento do Del Rey a fábrica realizou modificações no resto da linha Corcel em 1982. Em todos eles a suspensão foi alterada e o carro ficou mais firme, estável e mais seguro.

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Em 1984 toda a gama Corcel/Del Rey passou a contar com o motor CHT da linha Escort.

O CHT era derivado do motor Corcel só que retrabalhado nas câmaras de combustão para obter desempenho melhor. O cliente poderia optar entre o motor 1.3 litros mais econômico ou o 1.6 de melhor desempenho. Para ocupar a lacuna deixada pelo insubstituível Jeep, em 1984 foi lançada a versão 4x4 da picape. Na época o único modelo nacional a oferecer tal opção era a Toyota Bandeirante. Mas era um veículo que ocupava outro segmento e tinha motorização a diesel. Em relação a Pampa de tração convencional, a de tração total não sofreu muitas alterações com este novo conjunto. O desempenho era bom com o motor CHT.

Uma desvantagens da versão 4x4 em relação à comum era a menor capacidade de carga. A Belina mais tarde também teve também esta opção mas, como a Pampa, esbarraram em problemas de confiabilidade e durabilidade.

Em 1983 era lançada mais uma opção de acabamento na linha: - o Del Rey Scala, derivado da Belina II. O acabamento era o destaque. Era mais luxuoso com materiais mais nobres.

Freios e câmbio também ficaram melhores. Era a station wagon mais luxuosa do país.

Em 1985 toda a linha contava externamente com nova grade, nas mesmas cores da carroceria, com frisos horizontais e novo grupo óptico dianteiro. A nova frente era inclinada . Para o Corcel, que não tina mais o II no nome, o desenho e alguns instrumentos do painel e o volante eram iguais ao do irmão mais luxuoso Del Rey. Com isso o acabamento geral melhorou muito.

No final de 1986 nascia a Autolatina. Era um acordo de cooperação tecnológica entre a Ford e a Volkswagen. Esta holding começou a operar em julho de 1987 e passou a agrupar as atividades automotivas e financeiras das duas fábricas no Brasil e na vizinha Argentina. Este acordo beneficiou muito mais o grupo alemão do que a Ford. A concorrência estava mais acirrada. O Passat envelhecia, o pequeno Dodge não era mais produzido mas o Chevrolet Monza era mais moderno e potente. Com o Corcel deixou as linhas de montagem em 1987. Marcou pelo conforto, acabamento e mecânica de qualidade confirmada. Foram 1,4 milhão de modelos produzidos. Sem dúvida nenhuma, um dos maiores sucessos da nossa indústria de automóveis

Em 1987 foi lançada a Pampa com o acabamento luxuoso Ghia. Tinha um nível de conforto que as outras picapes concorrentes não tinham. Tinha o luxo do Del Rey na versão Ghia e a praticidade de caminhonete de pequenas cargas. Atendia a um público seleto que queria este tipo de veículo com luxo. O destaque ficava por conta dos freios, do painel completo já conhecido, do bagageiro e o acabamento de primeira para um veículo de carga. Neste mesmo ano o Del Rey Ghia aparecia com opção de câmbio eletrônico. Com este, o motor não perdia rotações na troca de marchas se comparado com a versão de cambio manual. O desempenho geral era o mesmo. Em termos de manutenção o óleo do câmbio não precisava ser trocado, apenas completado.

A perua continuava sendo produzida e passou a se chamar Del Rey Belina. Houve outra vez alterações com melhorias no acabamento, destacando o painel e o porta-malas.

Para 1990 a Belina contava com o bom, robusto e potente motor AP-1800 da VW que derivava do já conhecido AP-600 que equipava todos os tração dianteira da linha Volks.

Com este motor mais possante tornou-se mais ágil. Ganhou em aceleração e velocidade máxima. Dois quesitos que sempre, durante toda sua existência faltou a linha Corcel. Não que o motor originário da Renault fosse ruim. Pelo contrário, era robusto, econômico e de manutenção simples. Mas sempre inadequado ao peso do carro e já um tanto envelhecido. O consumo continuou bom com a nova alma. O automóvel continuava muito confortável e silencioso. Na versão Ghia era equipada com direção hidráulica, ar condicionado, vidro, portas e retrovisores com acionamento elétrico. O painel ainda como grande destaque, bem aparelhado e bonito. Sua produção foi encerrada em 1991. Deixou saudades aos fiéis por ser um automóvel confortável na cidade e na estrada, econômico, durabilidade a qualquer prova e de ótimo acabamento. Neste mesmo ano chegara também a hora da aposentadoria, com protestos, do Del Rey. Foi um dos carros de luxo mais vendidos no país. Sempre se destacou pela mecânica confiável e o excelente acabamento. O luxo e o conforto nunca faltaram nele. O ultimo remanescente da famosa linha, a Pampa chegaria ao fim em 1996. Foi fabricada nas versões L e GL. Como versões especiais teve a Ghia e a S 1.8 de 1991. Sempre foi líder de vendas em seu segmento.

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Nas pistas

Nos ralis teve bom desempenho principalmente na equipe oficial de competições comandada por Grecco. A Belina aparecia nas propagandas em revistas e jornais toda suja de barro demonstrando o percurso difícil que havia enfrentado. No Rali da Integração Nacional, em 1971, chegaram em segundo, terceiro e quarto lugar. Só ficaram atrás do Puma pilotado por Jan Balder, carro este de outra categoria.

Venceu as 12 horas de Tarumã em 1973 na classe A para carros de até 1300 cilindradas, prova realizada no Rio Grande do Sul desde 1962. O carro foi pilotado por Abílio Weiand e Voltaire Moog.

Desenhos cedidos gentilmente por http://marcelmarchesi.blogspot.com.br/

RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS

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Preparação

A Bino veículos de São Paulo comercializava em 1970 um kit com dupla carburação, escapamento Kadron, rodas de magnésio com pneus cinturados e ampla instrumentação no console do painel. Não faltava o volantinho tipo formula 1. A velocidade final não alterou muito mas a aceleração sim. Ia de 0 a 100 km/h em 15 segundos.

Em 1971 a mesma Bino já trabalhava mais o motor. Oferecia um comando de válvulas da casa ou o famoso Iskenderian importado. O coletor de admissão também era alterado por causa da carburação dupla oferecida opcionalmente . E por último, uma taxa de compressão maior que recebia juntas de cabeçote especiais.. Claro que usava a boa gasolina azul da época.

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Na música

“A questão social industrial não permite e não quer que eu ande a pé na vitrine um Mustang cor de sangue” assim começa a música da Jovem Guarda no final dos anos 60. Nesta canção Mustang cor de sangue há na letra também o verso “Meu Corcel cor de mel” cantada pelo famoso cantor da música popular brasileira Wilson Simonal. Mas o autor é Marcus Valle

A questão social, industrial
Não permite e não quer que eu ande à pé
Na vitrine um Mustang cor de sangue

Tenho um novo ideal sexual
Abandono a mulher, virgem, no altar
Amo em ferro e sangue um Mustangue, cor de sangue

No farol vejo o seu olhar
Minha mão toca a direção
No painel eu vejo o seu amor
E o meu corpo invade o interior

A questão social, industrial
Não permite que eu seja fiel
Na vitrine um Corcel cor de mel
Meu Corcel, cor de mel,
Meu Corcel...

No farol vejo o seu olhar
Minha mão toca a direção
No painel eu vejo o seu amor
E o meu corpo invade o interior

A questão social, industrial
Não permite que eu seja fiel
Na vitrine um Corcel cor de mel
Meu Corcel, cor de mel,
Meu Corcel...

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Lá fora

O R12 também foi fabricado na Romênia com o nome de Dacia. Na África do Sul com o nome de Virage.   Na Espanha pela FASA, como R12, e na Argentina também.

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Especiais

A concessionária SR, Souza Ramos de São Paulo, fez um conversível a partir do Del Rey duas portas. Usava capota de lona e tinha outros acessórios que lhe garantiam certa personalidade e exclusividade. E também um limousine Del Rey de alto luxo. Era 40 centímetros mais longa, alguns tinha bar, TV... Os para-choques originais foram substituídos por outros maiores em plástico reforçado com fibra de vidro. Os frisos laterais originais também foram alterados. Havia peças de plástico nas laterais com friso vermelho, igual ao para-choque que acompanham o desenho dos para-choques. Na frente quatro faróis retangulares e grade preta diferenciada. Este foi o Del Rey Executivo.

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Nas ruas

Até hoje podemos ver exemplares da primeira geração bem conservados, mas são raros. Mais fáceis de encontrar são os da evolução II. Felizmente os colecionadores brasileiros já estão olhando mais para nossos antigos e clássicos preservando o passado automobilístico nacional.

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Evolução da Espécie

Corcel cupê e quatro portas, GT e Belina de 1968 até 1977 com a carroceria original

Corcel II, Belina II de 1978 até 1987

Ford Pampa de 1984 a 1996.

Del Rey, Del Rey Belina de 1981 a 1991.

Corcel II GT de 1977 até 1983

Del Rey e Belina Scala 1983 até 1992

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O Projeto M na França

Em escala

Felizmente já temos o modelo nacional em Zamac (Elementos formadores da liga: Z (Zinco), A (Alumínio ), Ma (Magnésio) e C (Cobre).) . Em duas coleções vendidas em bancas que foram sucesso. As francesas Norev e Solido fizeram na escala 1/43 o modelo de quatro portas e o Break (perua). Pouco depois a Coleção Clássicos Inesquecíveis do Brasil lançou o Corcel cupê 1973 também na cor amarela, o Corcel II na cor branca, a Belina na cor laranja e o Del Rey na cor café com leite. Perfeitos! 

As miniaturas e o manual do Renault 12 para manutenção, bem detalhado com vários desenhos e esquemas vendido nas boas livrarias de Buenos Aires. Podia-se seguir o exemplo aqui. Vende muito bem.

A miniatura nacional e da coleção de táxis do mundo que não fez tanto sucesso por aqui infelizmente. Ambos bem feitos.


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Vários bons títulos.

Ambos em capa dura e são muito ricos em fotos e dados. Clique sobre a figura para acessar.

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Texto, fotos e montagem Francis Castaings                               

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