O Sedã do Mundo
A mais famosa fabricante de sedãs de luxo da Alemanha, a Mercedes-Benz, situada em Stuttgart, ficou mais conhecida ainda depois de 1950. Fabricava carros bonitos, seguros, robustos, e luxuosos. Seu prestigio sempre foi grande nos quatro cantos do mundo.
Em janeiro de 1968, no Salão de Frankfurt, para substituir o já antiquado 190, lançou um novo modelo que faria muito sucesso: - O 200. O novo compacto tinha linhas equilibradas, modernas e bonitas. Três volumes distintos e uma gama enorme de motores a gasolina e a diesel. Um de seus concorrentes, principalmente com motor diesel era o Peugeot 504
Na frente a tradicional grade do radiador, com a famosíssima estrela de três pontas em cima, e os faróis retangulares em posição vertical. Tinha quatro portas. A traseira era bonita e de desenho simples. Na tampa do porta-malas, a estrela ficava ao centro e o logotipo que distinguia a versão esquerda. Transportava com muito conforto cinco ocupantes. E havia espaço no porta-malas para a bagagem dos mesmos.
Era chamado de pequeno Mercedes, mas media 4,68 metros de comprimento. O motor básico era um quatro cilindros em linha dianteiro, arrefecido a água. Tinha 1.988 cm³ e 95 cavalos (DIN) a 4.800 rpm. O comando de válvulas era no cabeçote.
O cambio de quatro marchas podia ter opção de alavanca na coluna de direção para os mais tradicionais ou no assoalho. Também era oferecido a opção automática. A tração era traseira. Sua velocidade máxima era de 165 km/h e a aceleração não arrancava suspiros. Era pesado: 1.310 quilos. Logo depois vinha o modelo 220 e era um pouco mais ágil que o 200. O modelo 230 agradava muito mais. Tinha 6 cilindros em linha e 2.292 cm³. Sua potência subia para 120 cavalos (DIN). Este já era equipado com dois carburadores.
Para este modelo existia a opção de cambio de cinco marchas. Sua final beirava os 175 km/h. Como os demais modelos tinha freios a disco nas quatro rodas e usava pneus de aro 14. Todos os modelos tinham belas calotas sendo que o círculo central tinha a mesma cor da carroceria.
Para aqueles que desejavam um carro de luxo mas econômico, a opção 220 D era oferecida. O motor diesel de 4 cilindros tinha 2.160 cm³. Atingia 60 cavalos e sua taxa de compressão era de 21:1. Sua máxima era de 136 km/h e sua aceleração lenta. Nesta época os motores movidos a óleo diesel eram pouco performantes, faziam muito barulho e tremiam também. Mas foi muito vendido por ser robusto e muito econômico. No mesmo ano, em outubro, foi lançada um versão que fez bastante sucesso, com distância entre-eixos maior: - a Lang. Media 5,34 metros e pesava 1.545 quilos.
De lado a diferença era notável. A porta traseira era grande e a pequena limousine tinha três vidros laterais. Fez muito sucesso como táxi ou como carros de agências de turismo. E também para serviços em embaixadas, consulados e empresas renomadas. Neste caso poderia receber opcionalmente bagageiros cromados sobre o teto ou sobre o porta-malas. Dependendo da opção transportava seis ou sete passageiros mais o motorista.
Podia receber tanto o motor do 230 quanto o 220 D. Este modelo já apareceu muito numa novela global em cenas filmadas no Marrocos.
O motor era um seis cilindros herdado do antigo 250 S. Tinha 2.496 cm³ e 130 cavalos a 5.400 rpm e dois carburadores. O virabrequim tinha 5 mancais e não 4 como os 230. Sua velocidade máxima era de 182 km/h. Muito estável em curvas e em altas velocidades, nas retas, era extremamente silencioso e confiante. Apesar de não ser um primor em aerodinâmica ele fluía muito bem dando muita segurança ao motorista. Não transmitia a velocidade real. Usava pneus 6.95 H 14. Por dentro toda linha 200 recebia o mesmo capricho. Bancos confortáveis com ou sem apoio de cabeça. O tecido era de boa qualidade ou podia se optar por couro. O design deles também era muito bonito sendo que os dianteiros era individuais. O volante, de diâmetro grande como manda a escola alemã, tinha um aro externo metálico para acionar a buzina. E esta tinha um som inigualável. Muito imitado por outros. A direção era hidráulica.
No painel havia três mostradores redondos, com velocímetro, conta-giros, marcador de temperatura, nível do tanque, etc... O central, menor, era o relógio de horas. O teto solar era um acessório muito bem vindo também que dava um charme extra.
Em 1969, também no salão Belga, é apresentada uma versão que até hoje é objeto de coleção: - O modelo cupê. Muito bonito, clássico e distinto. Não era um esportivo. Mas tinha aparência. O teto era um pouco mais baixo e consequentemente o para-brisas mais inclinado. Tinha o mesmo comprimento do sedã mas suas portas eram maiores e a coluna C tinha uma leve inclinação. Era confortável para 4 pessoas. Usava o mesmo motor seis cilindros e sua denominação era 250 C.
Em abril de 1972 mais um motor estava disponível. Tratava-se de um propulsor novo de 2746 cm³, duplo comando de válvulas 160 cavalos (DIN) a 5.500 rpm. Chegava aos 190 km/h.
Recebia também pneus radiais 185 HR 14. Por fora recebia para-brisa laminado e opcionalmente um dispositivo de limpeza dos faróis. Sofisticação extra!
Logo depois este motor recebia injeção eletrônica. Passava a ter 185 cavalos e sua velocidade máxima era de 205 km/h. O modelo duas portas também recebia estas duas motorizações e na parte externa o duplo cano de descarga chamava a atenção. Em outubro de 1973, no Salão de Paris toda a linha 200 recebia modificações estéticas. A grade estava mais larga e mais baixa. Na traseira recebia novas lanternas com ranhuras semelhantes as do VW Brasília nacional.
Por dentro a parte central do volante agora é emborrachada. A regulagem dos retrovisores passa a ser interna. A versão 240 D é nova e recebe uma luz testemunha no painel, indicando o pré-aquecimento, quando o motor pode ser ligado. A revista da fabrica alemã, chamada “In Aller Welt” (Em volta do mundo) mostrava o modelo em várias paisagens do planeta demonstrando sua aceitação mundial.
Foi um carro destacável, confiável e resistente que é visto hoje na mão de colecionadores e também de usuários comuns que rodam no dia a dia. Em janeiro de 1976 foi substituída pela série W123. Foi fabricada em East London na África do Sul, em Sindelfingen na Alemanha, em Buenos Aires na Argentina e montados na Venezuela em sistema (CKD, Completely Knock-Down). Foram um pouco mais 1.900.000 e vários ainda estão rodando no mundo. As versões peruas, Stations Wagons, foram produzidas em pequena escala por uma empresa especializada chamada Binz que fazia principalmente ambulâncias . Eram ambulâncias, carros funerários e outros não muito desejáveis.
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O sucessor - Linha Mercedes-Benz série W123.
E dispunha de uma versão perua muito bonita
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Em escala
A coleção Táxi no mundo distribuiu nas bancas vários modelos do sedã e também da Limousine. O pequeno modelo abaixo é um modelo 250 CE fabricado no Brasil pela Siku Pzf em Manaus no Amazonas.
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Nas telas
Podemos ver o Mercedes-Benz 200 em dois ótimos filmes de James Bond. Um 1968 branco quatro portas em O homem da Pistola de Ouro. Ele pertence à Soon-Tek Oh ator que interpreta o tenente Hip que é o contato de James Bond (Roger Moore) em Bangkok na Tailândia. Esta cena acontece após a luta de James contra vários profissionais das artes marciaisem uma casa do milionário Hai Fat interpretado pelo ator Richard Loo que é um sócio de Francisco Scaramanga, o Homem da Pistola de Ouro. Ótimo filme. Veja a cena
Em Somente para Seus Olhos (For Your Eyes Only) de 1981 o Mercedes pertence ao ator Michael Gothard que interpreta o vilão belga Emile Leopold Locque. Ele começa suas maldades nos arredores de Madrid (Espanha), depois na Cortina d'Ampezzo (Itália) até que morre nas ilhas Gregas. Dentro de um Mercedes-Benz 280 SE 1973 que cai de um penhasco após um chute de Bond! Ótimo filme, trilha sonora, locações e lindas atrizes!
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Opinião de quem dirigiu: - Dirigi este carro na minha terceira década de vida nos anos 80. Era um modelo 250 S, um sedã azul com quatro portas que tinha no máximo uns cinco anos de uso e algo em torno dos 20.000 quilômetros. Bonito por dentro e por fora. Estranhei o tamanho do volante, mas seguia a escola alemã. O painel rico em instrumentos e o tecido do banco tinha cheiro bom. Havia ajustes no banco e era fácil achar a posição ideal de dirigir. Era um carro leve ao mesmo tempo estável e confortável para cinco ocupantes. Pisando forte, a arrancada era muito boa, firme e em alta velocidade mantinha ótima dirigibilidade. Observei também a ótima qualidade dos materiais empregados tanto dentro quanto fora. Um digno Mercedes-Benz.
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Texto, fotos e montagem Francis Castaings
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