Nascido no Oriente para enfrentar grandes do Ocidente

O Japão hoje é reconhecido como uma potência automobilística mundial. Na década de 50 era pouco conhecida fora da região asiática e oceânica. A Toyota nasceu em 1933 fabricando teares e seu primeiro automóvel nasceu em 1935 seguindo de um utilitário em 1936. O nome da família fundadora era Toyoda, mas por questões numerológicas, passou a se chamar Toyota. Em japonês Toyoda se escrevia em dez caracteres e Toyota em oito que segundo a tradição do país, é um numero da sorte.

No começo da década de 60 alguns modelos japoneses começaram a entrar nos Estados Unidos. Eram carros pequenos da Honda, Toyota, Mazda e Mitsubichi. Motocicletas de lá também começavam a cair no gosto público americano. Na Europa fazia muito sucesso esportivos ingleses da Lotus, o Jaguar E-Type, vários Triumph e também os MG. Na França havia o Alpine, na Itália modelos como Ferrari, Maserati, Alfa e Lamborghini. Na Alemanha potentes Mercedes e Porsche e nos Estados Unidos a esportividade era dividida entre o Ford Thunderbird e o Chevrolet Corvette. Os primeiros esboços de carroceria nasceram em 1963 sendo que as linhas claramente inspiradas no Jaguar E-Type, ou seja, capô grande, frente em cunha, dois lugares, traseira curta, baixo e comprimento máximo de 4,5 metros. Na época a empresa nipônica tinha dois motores interessantes da linha do modelo Crown. Um V8 com 2,6 litros, com apenas 126 cavalos e outro com seis cilindros em linha que os projetistas acabaram optando por este.  Tiveram em seu desenvolvimento o apoio da empresa de motocicletas Yamaha apesar desta ter muita experiência em motores dois tempos.

Esta desenvolveu um cabeçote em alumínio com duplo comando de válvulas e câmeras de combustão hemisféricas. Outra característica técnica interessante eram os escapamentos. Um de cada lado tinha saída três em um. Produzia um belo som fazendo lembrar carros de corrida. Sua cilindrada era de 1.988 cm³ desenvolvendo 150 cavalos á 6.000 rpm e sua taxa de compressão era de 8.4:1. O torque máximo era de 18 mkgf à 5000 rpm. Fazia de 0 a 100 k/h em 9,5 segundos e tinha final de 239 km/h na versão com 2,3 litros e três carburadores duplos Mikuni-Solex. Tinha ótima estabilidade e usava pneus Dunlop SP41. Há uma versão com três Webber, um pouco mais potente e bem rara hoje em dia.

O primeiro modelo foi apresentado no Salão de Tóquio em 1965. Era apenas um protótipo, mas agradou em cheio a população local como impressionou especialistas de outros países. A carroceria, toda em alumínio, era bonita, mas com clara inspiração felina inglesa. Bem limpas as linhas inspiraram seus concorrentes internos.  Entrou em produção em 1967 e foi produzido até 1970 sendo que apenas 350 modelos ganharam as ruas. Suas linhas eram muito curvas, dois faróis circulares de bom tamanho na altura do para-choques e da grade de ar e dois escamoteáveis sobre o capô. Na lateral era notável a presença de pequenas portas sendo uma delas para manutenção da bateria e a outra para pequenos reparos.

Por dentro exibia vasta instrumentação sobre painel de madeira e volante esporte de três raios. Bancos confortáveis e com desenho esportivo deixavam o interior ainda mais atraente.  Era exclusivo para duas pessoas. Media 4,175 metros, entre-eixos de 2,33, altura de 1,16, largura de 1,60 e peso de 1.120 quilos.

Seus concorrentes no Japão foram o Mazda Cosmo e o Nissan 240 Z que também fez bastante sucesso nos EUA. Lá fora brigava com o Corvette da GM, com o Porsche 911, o Ferrari Dino e o Jaguar E-Type.

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Nas Telas

Em 1967, parte do filme You Only Live Twice (Com 007 Só Se Vive Duas Vezes), foi filmado no Japão e o diretor Albert R. Broccoli viu que o carro do agente de apoio de Bond em Tóquio poderia ser o 2000 GT. Quando do começo das filmagens aconteceu algo inédito. É sabido e se vê nas cenas que Sean Connery não é baixo, medindo cerca de 1,85 metros. Mal cabia no carro ainda mais com a câmera de filmagem para cenas internas.

O diretor Broccoli pediu para a Toyota e em duas semanas dois belos conversíveis estavam prontos sem grandes modificações estruturais, pois seu chassi tubular era muito forte. Era um falso conversível já que não tinha lugar para a capota e tinha apenas uma lona de enfeite após a cabine de dois ocupantes. Genial! Veja um trecho da perseguição

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Em Escala

A miniatura na escala 1/43 retrata muito bem uma das cenas do filme.  Veja os detalhes.


Texto, fotos e montagem Francis Castaings.                                                              

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