A sedução Inglesa

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A fabrica de automóveis Triumph nasceu em 1923. Antes ela já fabricava bicicletas no final do século XIX e, em 1902, passou a fazer também motocicletas. Foram muito famosas em todo o mundo. 

No começo dos anos 50 a empresa fabricava roadsters de dois lugares sem capota que faziam sucesso. O primeiro foi o Spider com motor Vanguard. Depois veio a linha TR que se tornaria um sucesso e em toda sua série até 1974. Mas ela ficou muito mais famosa com o modelo que viria a seguir.

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Homenageando o famoso caça da 2ª Grande Guerra Mundial, o Triumph Spitfire foi apresentado em Londres, Inglaterra em outubro de 1962. O projeto já estava pronto desde 1961 mas o lançamento foi atrasado devido a compra da empresa pelo grupo Leyland Motor Corporation. O Spitfire 4 era um carro esporte pequeno para dois ocupantes. Motor dianteiro, tração traseira. Media 3,68 metros de comprimento. Como todo bom roadster inglês, o capô era longo e a traseira curta com linhas curvas. Atraente, bonito, com preço acessível e com um ar extremamente jovem.

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Detalhe bem esportivo e interessante era que o capô e pára-lamas formavam peça única e sua abertura se fazia por pequenas maçanetas posicionadas verticalmente nas laterais inferiores dos pára-lamas perto das portas.

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O motor Herald de 4 cilindros em linha, refrigerado a água, tinha 1147 cm3 e 63 cavalos a 6000 rpm. Era alimentado por dois carburadores invertidos da marca SU e sua taxa de compressão era de 9:1. Pesava 700 quilos, sua máxima era de 154 km/h, fazia de 0 a 100 Km/h em 16 segundos e seu consumo estava por volta dos 13 km/l.

A capacidade do tanque era de 38 litros. Para abastecer, o bocal cromado, de travamento com clique rápido,  ficava no centro, atrás, antes da abertura do pequeno porta-malas. Outro charme do pequeno inglês e que não mudou de local até o final de sua produção .  

Na frente dois faróis nas extremidades e dois pequeninos abaixo de cada um destes, sendo que um deles era o sinalizador de direção. No meio a grade retangular bi-partida. Por dentro chamava a atenção a instrumentação básica e simples que ficava ao centro do painel que era em chapa e da mesma cor do carro.

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No ano seguinte já podia receber uma capota de fibra, ou seja, como era chamada na época, a versão Hard Top. Ainda, rodas raiadas opcionais e também overdrive para duas ultimas marchas do cambio de quatro.

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Em preço, tamanho e potencia seu competidor natural, em terras inglesas, era o MG Midget Mk II. E custavam 30 % a mais que um VW sedã. Até dezembro de 1964 foram vendidos 45.500 exemplares. Neste ano recebeu nova grade dianteira, motor mais potente, agora com 67 cavalos e o painel passava a ser pintado de preto. Era o modelo Mk II.

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O Spit III nascia em 1967 e era apresentado ao publico em Genebra, na Suíça. O motor novo ganha potência outra vez: 1296 cm³ e 75 cavalos. Sua velocidade final passava a ser 160 km/h. Era ágil em pequenas estradas, fácil de dirigir e bom de curvas. Usava pneus 155 SR 13. A suspensão dianteira tinha molas helicoidais, a traseira feixes de molas e as 4 rodas eram independentes. Por fora os pára-choques eram maiores, nova grade e a capota de lona passa a ser dobrável.

As vendas são ainda maiores e o carrinho continua a fazer muito sucesso na Europa e também sendo apreciado nos EUA como uma opção barata e esportiva. 

Em 1968 o grupo Leyland passa a ser controlado pela BMC, British Motor Company, que também reúne as marcas Austin, Morris e Jaguar. 

Em 1970 surge a versão Mk IV. Trata-se de um novo Spitfire. Ele é mais moderno e mais bonito. A traseira esta mais alongada, o pára-brisas maior e frente com um ângulo mais pronunciado.

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Por dentro o painel está agora atrás do volante e mais completo. Tem velocímetro com escala em milhas e quilômetros por hora, Conta-giros, marcador de temperatura, nível de combustível e volante esportivo espumado de três raios. Para parar melhor o esportivo possui agora possui duplo circuito de frenagem. Os freios eram a disco na frente, tambores atrás e opcionalmente era oferecido o servo-freio. Passados dois anos já tem apoio para a cabeça nos bancos. Apesar deste acessório ser muito útil para a segurança, a qualidade dos tecidos dos bancos já não era o mesmo.

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A versão USA é identificada pelos borrachões nos para-choques, pelo bagageiro traseiro e por spoilers. O motor 1500 por sua vez é reprimido com catalisadores e equipamentos anti-poluição para atender as normas vigentes principalmente na Califórnia que sempre recebeu bem os esportivos de todo o mundo. A potência cai para 53 cavalos. O overdrive agora está presente só na quarta marcha e o painel recebe acabamento em madeira. Tinham também barra de proteção anti-capotagem logo após os assentos e rodas de liga leve.

Na Europa, no ano seguinte, os para-lamas traseiros estão mais largos e o modelo Mk IV deixa de ser produzido cedendo lugar ao 1500 de 75 cavalos.  Foi fabricado até 1981 sendo que do modelo Mk IV foram produzidos 95.800.

E o modelo GTC derivado dele

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Nas pistas

Nas competições a Triumph também participou. Em 1959 com o modelo S Twin-Cam fez bonito em Le Mans e em várias provas americanas. O Spitfire também deixou marcas nas pistas europeias e americanas. Era uma categoria barata e por isso acessível para debutantes. Mas tinha-se que adaptar um radiador de água maior e um de óleo para a manutenção de altas velocidades pois os motores não aguentavam.

Abaixo um TR2

Ele deixou uma legião de fãs no mundo inteiro e é muito cultuado hoje. Sua carroceria e mecânica não alteraram muito durante toda a produção. Suas linhas envelheceram pouco.

No Brasil ele ficou conhecido nos anos 60 por causa de uma promoção de uma fábrica de calça Jeans que estava sorteando um exemplar.

Texto, fotos e montagem Francis Castaings . Fotos de Divulgação do site                               

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