A Limousine Brasileira

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A primeira limousine nacional foi fabricada entre 1967 e 1969. Foram 27 modelos produzidos de um carro muito luxuoso. E poucos ainda são vistos nas exposições e encontros no Brasil. Foi apresentado em 1966 no V Salão do Automóvel em São Paulo. E o primeiro exemplar foi entregue ao presidente Castello Branco. Era o carro oficial mais luxuoso do país e o maior automóvel nacional com uma distância de entre-eixos de 3,45 metros, 1,57 de altura, 1,84 de largura e comprimento de 5,52 metros. Pesava 1.684 quilos. Era de longe o carro nacional mais pesado.  Sua carroceria era montada na Karmann e levava o selo Karmann-Ghia na soleira das portas.

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A parte interna da frente era quase idêntica ao do Itamaraty, mas tinha um detalhe pouco comum: O motorista não tinha ajuste nem para o assento nem para o encosto. Baixo ou alto a maioria dos motoristas tinha dificuldades em acertar a posição de dirigir. Não tinha ajuste! Mas para quem ia atrás era outra coisa.

Havia um vidro que separava a cabine do motorista e do segurança da confortável parte de trás que além do banco normal havia ainda dois banquinhos perpendiculares para seguranças ou visitas inesperadas. Este vidro tinha acionamento elétrico por um botão num painel que isolava, garantindo segurança no diálogo. O modelo mais luxuoso custava o dobro de um Willys Itamaraty.

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O Executivo era feito pela Karmann tradicional fabricante de carrocerias especiais. A versão do maior mandatário nacional tinha hastes para bandeira nos para-lamas dianteiros e brasões da República na coluna C.  Ainda televisão, radio transmissor alimentado por uma segunda bateria e mesinhas escamoteáveis. Detalhe curioso: Havia um segundo velocímetro atrás para que o chefe pudesse controlar a velocidade. Havia a versão Especial e Standard.  Um bom ar-condicionado, um toca-fitas e apoio para os pés cansados eram de série. Confortáveis Bancos couro em cor clara estavam lá, mas o motorista não tinha este conforto. Era o mais comum da linha Itamaraty. A maior diferença entre a básica e a de topo eram os bancos individuais traseiros do modelo Especial: Tinha um confortável console entre as poltronas, barbeador elétrico e um gravador K-7. 

A criação da grande limousine foi do presidente da Willys do Brasil, William Max Pearce. Foi dele também a idéia de mostrar o Aero-Willys no Salão de Paris, em 1962.  

Apenas um modelo foi fabricado com direção hidráulica. Mesmo assim ela não era pesada. O motor 3.0 litros ( Tinha 3.000 cm³, diâmetro x curso: 79,4 x 101,5 mm, carburador duplo sua taxa de compressão era 8:1 e potência de 132 cavalos a 4400 rpm. Seu torque máximo era de 22,3 mkgf a 2000 rpm. Continuava com o mesmo câmbio de manual de quatro velocidades ) Insuficientes para o peso do carro. Não era fácil dirigi-lo em ruas estreitas ou estradas com curvas fechadas. Também não gostava muito de subidas. 

Não deram continuidade ao modelo já prevendo uma concorrência com o Ford Galaxie. O próprio Henry Ford II ordenou o fim de sua produção. Mas sobreviveu a alguns mandatos presidenciais. Foram produzidas 25 exemplares

Texto, fotos e montagem Francis Castaings

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