914 Motivos para acelerar um Porsche

Em 1969, no Salão de Genebra, na Suíça, é apresentado o VW Porsche também conhecido como 914. O modelo unia a esportividade da marca de Stuttgart, tradicional fabricante de esportivos de categoria indiscutível  e a simplicidade de fabricação de um Volkswagen. Iria usar toda a rede de concessionários desta última, na Europa e no EUA, para vender o novo carro esporte.

O modelo era para duas pessoas e media 3,98 metros de comprimento. Era muito baixo e sua altura era de 1,23 metros. Suas linhas eram suaves, pouco convencionais mas não eram audaciosas. Pesava 900 quilos.

Tinha três volumes bem distintos e poderia ser usado com capota ou remove-la em parte, guardando-a  no porta-malas traseiro, pouco atrás do motor e tornando o recurso Targa mais atraente. Esta opção já era usada no irmão mais famoso, o 911. A coluna B na verdade era uma barra anti-capotagem. A visibilidade para todos os lados era ótima.  O motor ficava em posição central, logo após o bancos e a transmissão atrás do grupo propulsor. O porta-malas de dimensões modestas era na frente. Nele ficava o estepe. Sobre o capô tinha dois faróis escamoteáveis e ao lado destes, no vinco dos para-lamas, as luzes de seta. Quando do lançamento, era vendido em cores vibrantes como o amarelo, vermelho, laranja e azul claro. Abaixo da porta, em preto, o nome da famosa marca.

A posição da pedaleira e da alavanca de marchas lembrava muito os fuscas. O volante seguia o desenho do 911. Os bancos eram esportivos e pouco confortáveis. Poderia receber até um tecido xadrez que combinava com a cor externa. Este pequeno Porsche era muito simpático e parecia mais um brinquedo de adulto. O motor básico era o famoso quatro cilindros opostos, boxer, na posição horizontal, com 80 cavalos e deslocamento volumétrico de 1,7 litros. A alimentação era por injeção indireta. O cambio oferecia 5 marchas, embreagem monodisco a seco, tinha freios a disco nas quatro rodas e usava pneus 155 SR 15. Em testes na época, a frenagem foi considerada excelente.

Sua suspensão, era independente nas rodas dianteiras e recebia quatro amortecedores telescópicos de acionamento hidráulico na frente e atrás. A direção a cremalheira era mecânica. Este automóvel, como todo Porsche, tinha um caráter esportivo muito marcante. Acima desta vinha a versão 2,0 litros com 100 cavalos e o torque máximo era atingido a  5000 rpm. Neste a injeção eletrônica já estava presente. Chegava a 186 km/h de velocidade final e cobria os 1000 metros em 31 segundos. Conhecida como 914/2 podia receber como opcionais vidros verdes, rodas de liga leve, diferencial autoblocante, pintura metálica e barras estabilizadoras dianteira e traseira. Os pneus eram 165 HR 15 montados nas famosas rodas Fuch. O peso subia para 950 quilos.A motorização topo de linha, de produção em série, era o famoso 6 cilindros que já havia sido utilizado no 911, modelo Targa. Tinha 110 cavalos e torque máximo a 5800 rpm.  Sua taxa de compressão era 9,6:1, tinha dois carburadores de corpo triplo e duplo comando de válvulas no cabeçote. Atingia 205 km/h.

Este era conhecido como 914/6 e são os mais valiosos da série  e mais procurados hoje para fazer parte de coleções de "Porschistas" fanáticos. Nesta versão, os discos de freio eram ventilados e poderia receber transmissão automática. Agradava aos americanos. Independente do modelo, o carrinho não era muito confortável e o motor era muito barulhento, devido a sua posição, principalmente nas versões mais potentes. Sentia-se também trepidação no volante em alta velocidade. Apesar de custar 60 % do preço da versão mais básica do 911, frente a seus concorrentes, ele era caro e não oferecia tanto conforto e acessórios.

Nos EUA, um americano chamado Rod Simpson, adaptou vários modelos para usar um motor V8 Chevrolet de 5,3 ou 5,7 litros. Por este motivo ganhava radiador de água dianteiro e grade. A suspensão teve que ser adaptada também. O comportamento do carro era arisco demais. Por fora tinha alguns cromados não originais em grades, para-choques e bagageiro sobre a tampa do motor. Acessórios Made in USA. Dois destes exemplares estão hoje no Museu Porsche e são raros. Em 1972 a Porsche lançou o 916. O motor era mais potente. Tinha 2,4 litros e desenvolvia 190 cavalos e sua máxima chegava a 230 km/h. Tratava-se de uma versão mais sofisticada do 914/6 e por fora era notável os pára-lamas mais largos para abrigar pneus 185/70 15. O carro era um pouco mais pesado(1000 quilos)  e 3 centímetros mais longo. Era mais baixo também. Foram produzidos apenas 10 exemplares.

O VW-Porsche 914 participou de várias competições na Europa e nos EUA. Em provas de longa distancia como as 24 Horas de Le Mans na França ou 1000 quilômetros de Monza. Dentro de sua categoria, sempre fez bonito. O modelo, feito sobre encomenda, se distinguia dos outros externamente pela adoção de faróis de longo alcance redondos posicionado sobre o capô e pelas rodas Fuchs que segurava pneus mais largos. O motor tinha 210 cavalos a 7000 rpm e atingia a velocidade máxima de 240 km/h. A taxa de compressão era de 10:1, tinha dois carburadores duplos, duplo comando de válvulas no cabeçote e tanque de 100 litros para suportar provas longas.

Na revista Motor Trend americana chegou a ser testado com um Puma GT-1600 nacional  e o Opel GT. Sua carroceria quase não mudou durante o tempo em que foi fabricado. Para os EUA os para-choques ganhavam volume para seguir as leis americanas. O 914 permaneceu em produção durante 6 anos. Cedeu lugar ao 924, bem mais moderno e confortável. Hoje é disputado por colecionadores.

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Nas Pistas - Veja no Monte Carlo Histórico

 

Para ler

Uma excelente coleção para quem quer conhecer o 911 e os outros modelos afamados da marca é Porsche - O homem, o mito, o carro de Paulo Cesar Sandler. Vem no formato 16 x 23 cm e 296 páginas.

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Texto, fotos e montagem Francis Castaings                               

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