O Esportivo de Grace
O sucesso dos roadster, principalmente após a segunda guerra foi imenso na Europa e no Estados Unidos. Marcas como a MG com seus modelo TB e TC, Austin-Healey 100, da Triumph, da Jaguar com seu modelo XK120 foram enormes. E a Sunbeam inglesa não quis ficar de fora. Faziam muito sucesso na Flórida e na Califórnia.
Em 1953 nascia o Sunbeam Alpine que era derivado do Sunbeam 90 que havia conquistado vários sucessos em ralis, notamente no de Monte Carlo e na Copa do Alpes (originando seu nome Alpine)
John Marston era proprietário da Sunbeam que fez bonito em Grandes-Prêmios desde o princípio do século passado. A casa Clément-Talbot importava carros da Marca Talbot, nome de um grande investidor, da França. Após a guerra, Alexandre Darracq compra a marca e se associa a Sunbeam formando a Sumbeam Talbot Darracq (STD. Mas cada marca podia fabricar seus carro de forma independente. Por volta de 1935 Antony Lago adquiria parte da Talbot fabricando seus carros de prestígio Talbot-Lago até 1959. Em 1939 os irmão Rootes, muito bons financistas, tinham em seu poder as marcas Humber, Hillman, Singer e a empresa STD. Os Hillman iriam atingir um público mais popular, Humber mais luxuosos e Singer, Talbot e Sunbeam mais performantes e prestigiados.
No Salão de Londres, Earl's Court, em 1948 era apresentada a linha 80 e 90 (acima) da Sunbeam. Neste mesmo ano a equipe de Murray e Frame conseguem a vitória na classe 2,0 litros na Copa dos Alpes. No ano seguinte brilham com os três primeiros lugares no Rali de Monte Carlo. Após modificações no chassi e motor ganhava o segundo lugar nas mãos de Stirling Moss no Rali de Monte Carlo. Poucos meses depois, Murray, Moos e o também famoso Mike Haethorn ganhavam novamente o Rali dos Alpes. E em 1953 era lançado o roadster que iria enfrentar o novo Autin-Healey 100. Os irmãos Rootes decidiram colocar em produção o novo Sunbeam Alpine depois de modificações feitas por um homem dos Ralis e concessionário Rootes chamado George Hartwell. Detalhes na nova carroceria foram desenhados pelo famoso Raymond Loewy que foi um foi um dos mais conhecidos designers industriais do século XX. Nascido em França, passou a maior parte de sua carreira nos Estados Unidos, onde foi influenciado pelos aspectos da vida americana. Loewy começou a sua longa e produtiva relação com a empresa Studebaker Corporation de South Bend, Indiana, nos anos 30.
Antes de seu lançamento, com um carro modificado, a Sumbeam fez um teste na auto estrada Jabbeke, na Bélgica, com a piloto Sheila Van Damm. Atingiu 193 km/h (120, 459 milhas por horas. Logo depois foi a vez de Stirling Moss, no circuito com pista inclinada em Linas-Montlhéry, pista de recordes na França, registrar com o mesmo 186 km/h de média.
O traçado tem 12 curvas (as inclinadas com 51º) e 12,5 quilômetros de extensão. Foi desenhado pelo engenheiro Raymond Jamin. Decidiram que este teria uma pista oval com duas retas de 180 metros (onde se lê Piste de Vitesse) e as curvas côncavas de forma parabólica que também teria acesso à parte plana formando uma espiral logarítmica.
O belo roadster tinha 4,26 metros de comprimento, 1,58 de largura, 1,45 de altura e 2,47 de entre-eixos. Seu peso era de 1.302 quilos. Sua bela carroceria foi fabricada pela Thrupp & Marberly Depois pela famosa Mulliner que fez por anos carrocerias para a Rolls-Royce e Bentley. O novo Sunbeam era exclusivo para duas pessoas.
Seu motor dianteiro, em posição longitudinal, tinha quatro cilindros em linha, 2.267 cm³, taxa de compressão de 7,5:1 e potência de 81 cavalos a 4.200 rpm. Era alimentado por um carburador de corpo simples da marca Stromberg. Tinha válvulas no cabeçote acionadas por comando lateral. Sua velocidade máxima era de 151 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 15 segundos. Sua caixa de marchas tinha quatro velocidades, com alavanca na coluna, sendo que a primeira não era sincronizada. Como opção havia a sobre marcha (overdrive) da marca Laycok de Normanville.
Sua carroceria, em aço estampado, com capô, portas e porta-malas em alumínio era apoiada num chassi que tinha longarinas e traversa em "X". A suspensão dianteira tinha rodas independentes, braços em trapézio, e molas helicoidais. Atrás contava com eixo rígido e molas semi elípticas. Tinha barras estabilizadoras na frente e atrás e também amortecedores hidráulicos. Seus freios eram a tambor nas quatro rodas com comando hidráulico, direção sem assistência e usava pneus com faixa branca na medida5,50 x 16 em rodas de aço com belas calotas.
Abaixo seu belo painel. No centro painel graduado a 120 milhas por hora ( ou 180 km/h nas versões de países fora do Reino Unido). Ainda, na lateral em mostradores retangulares, marcador do nível de combustível, temperatura do radiador, amperímetro e marcador de pressão do óleo.
Abaixo detalhe do conta-giros graduado a 6.000 rpm e do excelente acabamento do carro. Detalhe interessante que além do pedal de acelerador, freio e embreagem havia um outro para comutar farol alto e baixo. As entradas de ar sobre o capô são do modelo de 1955.
Abaixo o carro estacionado no Palácio de Príncipe Rainier em Mônaco, Monte Carlo. Bela garagem. O carro após o filme fazia parte da coleção de Rainier
Foram produzidos cerca de 3.000 exemplares entre março de 1953 a outubro de 1995. Foi eternizado no filme de Alfred Hitchcock. Seus concorrentes, Austin-Healey 100 e Triumph TR2 tinham melhor perfomance, menor preço, mas não a mesma qualidade de fabricação.
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Premiado num evento Concours d’Elegance de Chantilly
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Nas telas
Ladrão de Casaca (Catch a Thief) , de 1955, é um filme de Mistério/Suspense de Alfred Hitchcock
O ex-ladrão John Robie, conhecido como Gato, é o principal suspeito de uma onda de roubos de joias na Riviera Francesa. Para não voltar para a cadeia, ele parte atrás do verdadeiro culpado e se apaixona por uma americana rica
O veterano ladrão de joias John Robie (Cary Grant), conhecido como "o Gato", se vê obrigado a voltar à ativa quando uma série de assaltos semelhantes aos que costumava praticar assusta seus vizinhos na Riviera Francesa e chama a atenção da polícia.
Disposto a capturar o verdadeiro culpado e provar sua inocência, ele arma um plano que envolve a mimada e bela Frances Stevens (Grace Kelly). Numa das cenas mais interessantes ele e Grace estão a bordo do Sunbeam Alpine MK1 azul em que Grace dirige habilmente pelas estradas sinuosas da "Corniche", estrada sinuosa,a beira de precipícios e do mar. Ao fim fazem um piquenique dentro do carro. Vale o filme, a bela atriz, o desempenho de Cary Grant, a bela cidade francesa de Nice e o Sumbeam. Em DVD.
Texto e montagem Francis Castaings. Demais Fotos de divulgação e fotos Salão Rétromobile e Orgnizações Peter Auto publicadas no site
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