Um pioneiro com o nome da nova Capital

Um esportivo de linhas arrojadas, com dois lugares, que foi produzido, em pequena escala no Rio de Janeiro, capital, em 1960, pela fábrica Carroceria Sport Ltda. Era um projeto muito interessante e pioneiro por usar a mecânica Volkswagen , do sedã, que começou a ser fabricado no  Brasil  em 1959.

O Brasília Esporte, nome de batismo em homenagem a nova capital, tinha  motor com quatro cilindros opostos com 1.192 cm³, 30 cavalos e sua velocidade final estimada era de 100 km/h. O carro utilizava a mesma plataforma do Fusca (saiba mais) , sem alterações mecânicas. Tinha cambio de quatro marchas, tração traseira e arrefecido a ar. O comprimento era ligeiramente maior, mas contava com reforços para resistir a torção, já que se tratava de uma carroceria conversível. Sua frente era longa e lembrava os esportivos europeus.

Havia a opção de capota de lona ou rígida em alumínio de fácil remoção.Neste carro apresentado a capota de lona combina muito bem com a cor dos estofamentos que também eram do Fusca.

Era construída, com competência com chapas de aço, exceto capô dianteiro, portas e tampa traseira do motor (que tem a inscrição cromada Volkswagen), com ótimo acesso, eram moldadas em alumínio. Os moldes da pequena fábrica, eram em madeira. Não havia cromados na lateral e na discreta traseira. As lanternas traseiras eram muito semelhantes ao do Ford Thunderbird 1955. O que torna mais exclusiva e personalizada sua fabricação.


Suas linhas tinham clara inspiração europeia. A frente lembrava italianos como o Maserati. Visto de perfil podia ser confundido com um Karmann-Ghia que ainda não era fabricado aqui e tinha sido lançado na Alemanha em 1955. Mas já circulava trazido por importadores.

O modelo conversível foi capa da Revista de Automóveis de agosto de 1960. Foi o primeiro carro artesanal, fora de série nacional que se tem registro. Antes foi construído o Monarcha, também com mecânica Volkswagen que não chegou às ruas e foi construído com ajuda de Toni Bianco,ainda jovem, mas talentoso. Abaixo o Brasília Esporte exibia sua frente muito interessante, com grade falsa. Os faróis e luzes de pisca também eram do Fusca. O capô frontal abrigava o tanque de combustível e o pneu estepe. Os para-choques dianteiros e traseiros também eram feitos de forma artesanal.

Seu interior era muito simples. Usava vários componentes do Fusca e havia apenas o velocímetro graduado a 100 km/h e o marcador de nível de combustível como instrumentação. Um luxo era o rádio AM instalado na parte central do painel que era em chapa. Havia ainda um pequeno porta-luvas. Nota-se que a ergonomia não era das melhores.

Rodas, calotas eram idênticas às do Volkswagen 1200. Não era um carro com preço acessível. Ou o interessado doava um chassi com motor, caixa, suspensão, etc. de um Fusca acidentado por exemplo ou levava o Fusquinha para ter sua carroceria trocada.

O carro foi premiado em Águas de Lindóia em 2013. Uma raridade! Não se tem informação precisa de quantos modelos foram produzidos.

Se tivesse vida longa faria bela companhia ao Brasinca 4200 GT, Willys-Interlagos, DKW Malzoni e ao Puma GT.

O modelo apresentado nas fotos é de 1961. Muito interessante e exclusivo !

Texto, fotos e montagem Francis Castaings

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