Um Sucesso de Mirafiori

A linha Fiat (Fabbrica Italiana di Automobili di Torino) sempre teve uma gama completa de carros. Na década de 70 tinha o pequenino 500 (conheça) , o 124, o 127 (correspondente ao nosso 147), o 128 (saiba mais) e o médio grande 132 lançado em 1972. Precisava renovar o já antiquado, mas eficiente 124.

Em 1974 nascia a família 131 que ficou conhecida como Fiat 131 Mirafiori que era uma fabrica fundada em 1939 e reconstruída em 1956. Mirafiori é um bairro de Torino e quase uma cidade, pois mais de 50.000 trabalhadores estão lá desde a década de 70.

O Fiat 131 foi lançado em 1974 com carrocerias de duas, quatro portas e uma perua chamada de Familiare que mais tarde passou a ser conhecida como Panorama.

Eram modelos simples no desenho moderno com linhas retas e equilibradas , mas atraentes, três volumes,ótima área envidraçada e na mecânica, em que mantinham o motor longitudinal e a tração traseira de seu antecessor 124. 

Os modelos mais simples da linha, denominados “Normale” se caracterizavam por ter faróis retangulares e o “Special” por quatro faróis circulares. Ambos tinham grade com frisos horizontais cromados sendo que o Special tinha fundo preto. Havia dez opções de cores para as carrocerias.  Media 4,26 metros de comprimento, 1,36 de altura de 1,64 de largura com entre-eixos de 2,49. Seu peso era de 965 quilos para o modelo com duas portas, 975 para o quatro portas 995 para a perua. Abaixo uma versão para o mercado americano. Os para-choques mais pronunciados. Seu porta-malas tinha volume para 365 litros.

O motor dianteiro, arrefecido a água, com comando de válvulas no cabeçote, tinha bloco oriundo do modelo irmão mais velho 132. O bloco de ferro fundido, cabeçote de alumínio, comando de válvulas no bloco acionado por varetas e corrente metálica, o seu diâmetro é de 76mm e o curso é de 71.5mm. O básico tinha 1.297 cm³ e 65 cavalos e o mais potente com 1.585 cm³ e 75 cavalos. Eram alimentados por um carburador de corpo duplo da marca Solex para o motor 1,3  litros e o 1,6 era da marca Weber. Ambos tinha opção de cambio com quatro ou cinco marchas e o mais potente havia a opção automática com três velocidades. A velocidade máxima de 150 km/h para o 1,3 e 160 km/h para o mais potente. A suspensão dianteira era independente McPherson e a traseira de eixo rígido com barra Panhard, com molas helicoidais em ambos os eixos. Os freios dianteiros usavam discos, os traseiros tambores. Usava pneus 165 SR 13.

Por dentro tinha acabamento correto com painel com boa instrumentação e acomodava bem em seus confortáveis bancos cinco pessoas adultas

Em 1976 chegava a versão Abarth( conheça)  que era muito atraente apenas na versão cupê. A empresa já era uma parceira da Fiat antes da absorção em 1971. Era um carro típico de competição e cerca de 400 unidades (exigido para homologação para as pistas)  foram vendidos para uso nas boas estradas e ruas da Europa. Era a versão 131 Abarth Stradale. Sua carroceria era bem distinta com alargadores de para-lamas, spoiler dianteiro e aerofólio traseiro sobre o capô e reto. Capô saliente e entradas de ar laterais na traseira. Não tinha para-choques.

O motor de 2,0 litros com duplo comando no cabeçote e 16 válvulas desenvolvia 140 cavalos a 6.400 rpm na versão de rua.

A de corrida, porém, chegava a 215 cavalos a 7.000 rpm, depois elevados a 230 cavalos, quando a taxa de compressão foi aumentada de 10,7:1 para 11:1. Ganhou o Campeonato Mundial de Rali, em 1977, 1978 e 1980.

 

Em 1978 a família recebia uma atualização de estilo, com novos para-choques, grade, faróis, lanternas.

 

Havia novos motores 1,3 e 1,6 com duplo comando no cabeçote e potência de 82 cavalos (160 km/h) e 98 cavalos (170 km/h). As versões com estes propulsores eram denominadas Super Mirafiori (sem opção por duas portas), enquanto o antigo 1,3 (acima) permanecia na chamada Mirafiori. A perua agora tinha o nome Panorama. E também uma versão diesel muito apreciada no continente europeu.

Tinham motores com 1.995 cm³ e 60 cavalos. Acima havia a 2.445 cm³ com 72 cavalos que chegava a bons 150 km/h. Não eram muito potentes mas econômicos e robustos. Essas versões (abaixo) tinham quatro faróis circulares e um ressalto no capô para abrigar os motores maiores.

O rali na Europa faz muito sucesso desde a década de 50. E os amantes do 131 ganhavam a versão Racing . Tinha acabamento esportivo, frisos laterais e retrovisores pretos,  grade distinta, para-choques envolventes de material plástico preto numa só peça com o spoiler, molduras nos arcos (alargados) dos para-lamas, quatro faróis circulares (sendo os externos maiores)e ainda podia receber faróis de longo alcance.

Tinha rodas mais largas, além de painel com conta-giros e bancos especiais com encostos de cabeça e apoios laterais envolventes. O motor de 1.995 cm³ e 115 cavalos com duplo comando de válvulas e um carburador Weber de corpo duplo levava-o a 185 km/h. Tinha pneus 185 70 SR 13 e opcionais 185 60 HR 14 com bonitas rodas exclusivas  em liga leve.

Nova evolução da linha em 1981. Havia mudanças no interior com novo painel mais rico em instrumentação e estética.

No "novo" Mirafiori estreavam novos motores 1,4 (70 cavalos) e 1,6 (85 cavalos) com comando único no cabeçote. O Super Mirafiori oferecia os mesmos motores com duplo comando (75 e 97 cavalos) Também podia vir com o 2,0 de 115 cavalos para o Racing que chegava a versão  final. Mais: novo câmbio, suspensão e embreagem eram aperfeiçoados.

No mesmo ano, Abarth apresentava o 131 Super Mirafiori Volumetrico. O motor 2,0 litros recebia compressor mecânico e desenvolvia 140 cavalos. Os modelos de competição da empresa, dotados de suspensão traseira independente com a mesma configuração do 124 Abarth Spider( abaixo)

A produção da linha 131, que superou 1,5 milhão de unidades (Itália) , sem contar as fabricadas sob licença pela Seat na Espanha (marca que produzia versões da Fiat e não da Volkswagen, como faz hoje), era suspensa em 1984, cedendo espaço ao Regata, por sua vez o antecessor do Tempra. O 131 foi fabricado também no Egito, Etiópia, Marrocos, Polônia, Tailândia e Turquia.

No final da década de 1970 a Fiat brasileira testou o 131 em Betim, Minas Gerais, sede da empresa. Mas optou por não fabricá-lo no  mercado nacional.

Teria feito sucesso e teria poucos concorrentes com a mesma modernidade de seu conjunto mecânico e carroceria moderna. A história trouxe a linha Fiat 147 e a família Uno para nosso país com seus modelos três volumes: O Oggi e o Prêmio.

Texto e montagem Francis Castaings - Fotos de divulgação

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