O Roadster Pop
A Morris Garage nasceu em 1923 na cidade de Oxford, na Inglaterra. Nela trabalhava Cecil Kimber, que mais tarde, em 1929, começava a produção em série de automóveis de duas portas e carroceria aberta: o MG, que se tornaria conhecido nos quatro cantos do mundo pela agilidade, leveza e simplicidade. Em 1933 o famoso e espetacular piloto italiano Tazio Nuvolari ganharia, a bordo de um modelo da marca, a famosa corrida Tourist Trophy na Ilha de Man, na Inglaterra.
No principio dos anos 60, os Beatles começavam a estourar nas paradas de sucesso das rádios britânicas e de todo o mundo. Os ingleses lançavam moda. E os jovens queriam muito mais ar e liberdade. Gostavam de conversíveis. A BMC - British Motor Corporation, que controlava a maior parte das fábricas de automóveis na Grã-Bretanha, aproveitava a onda e lançava o pequeno esportivo MG B no Salão de Londres de 1962. Substituía o também esportivo MG A, já envelhecido.
De linhas arredondadas, originárias da casa italiana Pininfarina, o roadster era atraente. Pequenino, media 3,89 metros de comprimento, 1,25 de altura e pesava apenas 870 kg. Passava a impressão de ser frágil, pois tinha uma carroceria baixa com um pára-brisa que parecia estar cravado nela, um vidro estreito, baixo e com um reforço central cromado. A peça dava um certo charme. Os ocupantes, apenas dois, se de maior estatura sentiam-se um pouco desprotegidos. Quando necessário, era colocada a capota desmontável.
As rodas raiadas de cubo rápido, opcionais, e retrovisores cônicos completavam o aspecto esportivo. Não faltavam cromados nas laterais, molduras de farol, grade e para-choques para enfeitar a carroceria. O porta-malas, que abrigava também o estepe, comportava poucas bagagens, como é comum nos roadsters. Detalhe curioso era a presença de um martelinho de borracha, que servia para ajudar a desapertar o parafuso central da roda. Como opcional havia um bagageiro cromado para ser fixado sobre o compartimento.
Por dentro a posição de dirigir não era das melhores. Havia lugar para pernas mais longas, mas o volante com aro de baquelita e três raios com fios metálicos não estava muito distante do tórax. Caso a capota estivesse montada, algum contorcionismo era necessário. Era melhor entrar escorregando. Mas o prazer era estar sem ela e com os vidros das portas levantados. O painel, todo preto, tinha ao centro os grandes conta-giros e velocímetro. Ao lado, os pequenos relógio, marcador de temperatura e do nível de gasolina. No console, a grande alavanca de marchas, e à frente dele, uma ampla tela cromada do alto-falante do rádio. Era um carrinho ótimo para um casal "fugir" no fim de semana, um esportivo acessível para o público jovem que não tinha grande poder aquisitivo.
Seu motor dianteiro, de quatro cilindros em linha, tinha 1.798 cm³ e 95 cavalos a 5.400 rpm. O câmbio de quatro marchas não tinha primeira sincronizada e tinha sobremarcha, Overdrive, opcional. A alimentação ficava por conta de dois carburadores da marca inglesa SU e a tração, como se exige de um roadster, era traseira. Devido ao pouco peso e a um propulsor ágil, chegava aos 100 km/h em apenas 11,5 s e à velocidade máxima de 170 km/h. Muito bom para o início dos anos 60. O tanque de gasolina de 54,5 litros permitia bons percursos com o consumo médio de 9 km/l. Os freios, a disco na dianteira, eram da marca Lockheed, e os pneus 5,60 x 14. Embora estreitos como os do Fusca, o comportamento era muito bom em curvas, chegando a ser sobresterçante (saindo de traseira), bem ao gosto dos mais habilidosos. Nas retas não sofria com ventos laterais e era muito firme.
No verão de 1963 chegava a bem-vinda capota dobrável e uma hard top (capota rígida) como opcional. Um ano depois o virabrequim passava a ter cinco mancais no lugar de três, para funcionamento mais suave e equilibrado do motor, e o radiador de óleo passava a ser item de série. Seus concorrentes eram o Peugeot 404 Cabriolet, o Fiat 124 Spider e, em casa, o Triumph Spitfire. O Austin Healey 3000, o Jaguar E-Type e o Lotus Elan eram conversíveis de outra faixa de preço.
Em outubro de 1965, também pelo estúdio Pininfarina, vinha a versão cupê GT. Muito harmonioso, o pequeno fastback chamava a atenção pela generosa tampa traseira, em uma tentativa de aliar a esportividade do roadster a uma configuração mais conveniente, prática e segura contra as intempéries.
Dois anos mais tarde, derivado do cupê, era lançado o MG C. Com motor de seis cilindros em linha, não fez muito sucesso e só 9.000 unidades foram fabricadas. O motor era irregular e problemático. Houve algumas experiências em corridas, mas teve sua produção encerrada já em 1969. A caixa de marchas totalmente sincronizada era adotada.
Nesse ano o grupo Leyland assumia a produção. O MG B ganhava grade com fundo preto, novas lanternas traseiras e alterações nos para-choques. Rodas de aço Rostyle se tornavam de série e as raiadas opcionais. No painel havia nova disposição de instrumentos, ficando com estilo mais moderno. Em 1973 o volante já tinha três raios e, assim como o pomo da alavanca de câmbio, recebia acabamento em madeira.
O cupê ganhava versão com motor V8 da Buick, de 3.532 cm³ e 138 cavalos, o mesmo que equipava os Rover P5 desde 1963. Nesta época equipava o sedã 3500, um quatro portas muito bonito. Seu peso aumentava (1.100 kg), apesar de o motor ser leve. A velocidade máxima passava a 195 km/h e os pneus vinham na medida 175/80 HR 14, radiais. Como o seis cilindros, esta versão foi quase totalmente destinada ao mercado americano.
Um ano depois, para atender à rigorosa legislação dos EUA, o MG B recebia enormes para-choques e grade frontal em poliuretano. A traseira também não foi poupada, e o carro ficava mais alto em quatro centímetros. A estética perdia muito, mas como o esportivo sempre teve clientela cativa naquele país, a empresa atendeu às exigências. Em junho de 1975 vinham diversos melhoramentos, como circuito de arrefecimento selado, barra estabilizadora na traseira, novo desenho do conjunto painel/volante e tecidos nos bancos.
Teve sua produção encerrada em outubro de 1980. Para conservá-lo não faltam fabricantes e lojas especializadas na Europa e nos EUA. Foi o carro esporte mais produzido em série no mundo, cerca de 500.000 unidades, até que o Mazda MX5 Miata -- seguidor da mesma tendência -- o superasse recentemente. Manteve-se durante 18 anos em importantes mercados, honrando a tradição da mais famosa casa britânica de pequenos esportivos.
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Nas Telas
No filme 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro (The Man with the Golden Gun) vimos o AMC Matador que era o carro do vilão Francisco Scaramanga que participa de uma fantástica perseguição contra James Bond em um AMC Hornet.
Mas antes, a bela sueca Britt Ekland no papel de Mary Goodnight transporta James Bond em seu MG B 1973 pelas ruas de Bangkok na Tailândia.
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Nas Pistas
Desfile nas ruas
Veja o Classic Festival Nogaro
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Em Escala
O principal modelo apresentado é do filme 007. É um MG B do filme O de Homem da Pistola de Ouro, cor amarela, coleção Jamesbondcars na escala 1/43. O outro da última foto é também um MG B Conversível, cor verde, da Dell Prado Collection, escala 1/43.Ambos adquiridos em bancas de revistas.
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Texto, fotos e montagem: Francis Castaings
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